Tecnologias

Apesar de não me considerar uma pessoa com uma idade avançada, às vezes em conversa com os meus filhos, penso….

- Bolas, que estou mesmo a ficar “velha”… ☹

No outro dia, o tema da conversa foram os CD’s, walkmans, cassetes e respetivo leitor.

A cara de espanto dos miúdos, quando nós começamos a contar como ouvíamos música e quais os dispositivos que utilizávamos foi hilariante.

A pergunta recorrente era:

- Mas como é que ouviam a música sem o telemóvel?

Ou então:

- E tinham de gravar as músicas dentro dessas coisas??? E se mudassem de ideias? E se quisessem escolher outra coisa? E se ficassem sem pilhas? Como é que sobreviveram à adolescência? ☺ !!!!!!

O espanto deles estava mais ou menos ao nível do meu, quando descobri que, ainda miúda, a TV que nós tínhamos em casa era a cores, mas que nem sempre tinha sido assim. Pouco tempo antes, os meus pais tinham tido uma TV a preto e branco…..!!!!

Esse também foi outro ponto de conversa com as crianças.

- Mas como é que faziam para ver TV? Só tinham 4 canais? E como é que viam os filmes? A sério, que não havia plataforma streeming?....

Foram várias as perguntas, mas as constatações sempre as mesmas…”A vossa infância foi mesmo triste ☺ ☺ ”….!!!!

Para miúdos que cresceram com determinadas facilidades e com acesso a este mundo e ao outro, acaba por ser um desafio entenderem como é que era a vida digital antes deles e por isso mesmo, fazemos questão de lhes mostrar (e isso inclui levá-los a museus e não só) e de contar como eram as coisas “antigamente”. Nunca é demais conhecer e saber como as coisas evoluíram, na opinião deles para melhor, claro ☺ ☺

Atualmente, com tanto "facilitismo" e com o mundo à distância de um clique, é importante saber que há mais do que isso, e que apesar de estarmos em pleno na era digital, ainda existem muitas pessoas sem acesso a essas "comodidades" e que nada pode ser dado como certo e imutável.

Ter noção de que, nem todos têm as mesmas oportunidades ou as vidas assim facilitadas, permite que se tenha uma consciência cívica e moral que, dependendo de como se usa, pode ajudar a tornar-nos melhores seres humanos, mais empáticos, mas sobretudo mais felizes e agradecidos.