
O Esfregão
Quando vim para Lisboa estudar
Um sítio arranjei para morar
Não era grande nem pequeno
Mas estava num sítio muito sereno
Não conhecia ninguém
E pouco falava também
Mas com o passar do tempo
Passou todo o desalento
Conhecia toda a gente
Falava que me desunhava
E com os vizinhos da frente
Então, é que não me calava
Mas o que mais me marcou
Foi descobrir a minha fobia
De repente todo tempo parou
Ao ver um carreiro de formigas que subia
Pela porta do armário
Até ao taparwere dos biscoitos
Tinha começado o meu calvário
Que bichinhos tão afoitos
Em puro stress e grande agitação
Achei que ficava sem o coração
Até que de repente me lembrei
E foi sem dúvida a minha salvação
Ali estava o meu esfregão....
Sem dó nem piedade
Foi um ar que se lhes deu
Não vou ter nenhuma saudade
Desta situação que sucedeu...
Continuo sem gostar de formigas,
Mas aprendi uma grande lição
Pode ajudar a sorte e algumas figas
Mas nada se compara a um bom esfregão.
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