Desafios

Se tudo na vida fosse linear e fácil, perdia a graça e não teríamos aquele gosto doce de ver um objetivo/sonho concretizado.

Seria tudo banal, monótono e de certa forma aborrecido.

Pelo menos é assim que eu vejo as coisas, mas consciente que cada um tem a sua maneira de pensar e respeito

Tenho muitos sonhos e objetivos por concretizar, mas posso dizer com orgulho e satisfação, que também já alcancei muitas das coisas que almejava e sinto-me muito grata por isso.

Trabalhei, lutei, estudei, sofri, cai e voltei a levantar-me, mas ainda assim, nada me impediu de correr atrás do que penso ser o melhor para mim e para os meus.

Nem sempre consensual com algumas destas opções, mas ciente de que, para mim, eram a coisa certa a fazer e por isso mesmo, dediquei-me de alma e coração para as conseguir.

Não me refiro apenas a coisas materiais, mas também me refiro a coisas emocionais, que não se podem tocar ou medir, mas que têm tanto ou mais impacto, como aquelas que conseguimos fazê-lo.

A determinadas alturas, os obstáculos foram mais que muitos (ainda muito recentemente) e a certa altura, até eu comecei a questionar se estaria a fazer as escolhas certas. No entanto, com calma, ponderação e discernimento, concluí que sim e que os desafios são isso mesmo. Situações que se colocam no nosso caminho, que nos permitem superar as nossas fraquezas, os nossos medos, ultrapassar as nossas dificuldades. Desafios que nos fazem ver as coisas sobre outro ângulo, encontrar novas soluções, adaptarmo-nos a cenários, que não achávamos possíveis de acontecer.

Os desafios permitem-nos crescer emocionalmente, ver o mundo de outra forma e superar-nos. Não são necessariamente coisas más, mas testam-nos e põem à prova a nossa capacidade de encaixe e de dar a volta por cima.

Costumo ouvir muitas vezes que a vida é feita de obstáculos….mas eu prefiro chamar-lhes desafios. Gosto mais desta palavra, até porque sinto que tem uma conotação mais positiva do que a anterior.

É quase como dizer: “ Ver o copo meio cheio”, em vez de dizer: “Ver o copo meio vazio”.

Nem sempre tive esta atitude positiva, ou mesmo esta visão. No entanto, como se costuma dizer, a viver e a aprender, e ter uma atitude aberta, otimista e de acreditar que vai tudo correr bem, ajuda a que no final, as coisas acabem por correr bem, mesmo que pelo meio, surjam os tais desafios, que referi.

Rodearmo-nos de pessoas que nos puxam para cima e nos incentivam, mesmo que achem que estamos a fazer um mega disparate, contribui para a tal positividade e para o acreditar que vamos conseguir chegar lá f

Tenho tentado incutir nos meus filhos esta visão, que nem sempre é fácil e por vezes até eu tremo e me deixo abater, mas nós não somos máquinas, somos seres imperfeitos, que com todas as suas imperfeições, acabam por ser perfeitos para alguém, mas mais importante que tudo, perfeitos para nós próprios. E mostrar as nossas vulnerabilidades aos filhos é muito importante e saudável emocionalmente e abre a porta a que eles se sintam confortáveis para também o fazer connosco.

E sim, também temos este desafio de saber gostar de nós, acima de todas as coisas e saber aceitar os nossos defeitos e virtudes. Dizem sempre que devemos aceitar os outros como são, mas esquecem-se de referir que para isso acontecer, primeiro temos de nos aceitar a nós próprios e só assim conseguimos entender os outros e o backgroud que trazem.

Ensinar isto aos nossos filhos é muito importante, para que eles possam saber lidar com os desafios que encontrem pela vida e que os consigam superar com sucesso, sabendo sempre que é humano falhar e só não falha quem não tenta. E se não for à primeira, tentar novamente e novamente.

Mas com cuidado, para que entendam, que não devem deixar de gostar deles próprios, só porque não ultrapassaram determinado desafio.

Se tiverem o exemplo de casa de que podem falhar e voltar a reerguer-se e aceitar-se, é sem sombra de dúvida, um desafio altamente superado e com sucesso.